UMA TURMA PARA BOLEROS, UMA TURMA DE MUITOS

E TANTOS BAILES... DE ALEGRIAS E EMOÇÕES.

Quantas recordações nós guardamos e gostaríamos tanto de velas outras vezes acontecer, e quando se trata de momentos de alegria e diversão, aí então nas nossas cabeças é como se passasse um filme de saudosas e doces lembranças que nos dá conforto por guardarmos na mente e no coração, mas ao mesmo tempo nos deixa um tanto melancólicos quando imaginamos não ser mais possível tais coisas voltarem, é a pontinha do saudosismo alfinetando as nossas emoções, bulindo na adormecida saudade.

Para os que são afeitos a boa música, tendo por essa até uma veneração, não deixam de pensar nos Bailes, nos Bailes com seus romantismos, suas magias e seus encantamentos. Por conseqüência apreciam a dança, e o que dizer da dança no mais perfeito sincronismo, como se dois corpos ocupassem o mesmo espaço, fazendo os pés se comportarem conforme os acordes instrumentais, como se o comando deixasse de vim do cérebro e sim de uma cadência melódica regida pela batuta de um maestro que não está, mas se faz presente, e os corpos passam a ter a impressão que por breves instantes chegam a levitar, um sentindo o soprar suave da respiração do outro, (assim como diz o Bolerista mesa cativa senhor Mundinho de Vavá “narizinho com narizinho”).

Em uma noite de sábado nos vê diante do espelho entusiasticamente nos arrumando para irmos ao Baile, trajando aquela roupa que imaginamos, experimentamos e nos vimos tão elegantes. As damas em suas prévias e peculiares arrumações, durante a tarde no salão a arrumação do cabelo e das unhas. A maquiagem, o perfume, a hora da bela roupa e finalmente o acessório imprescindível na elegância e na dança, o calçado.

E o momento se dá, a expectativa da chegada, o salão arrumado e um brilho intenso de muita emoção em nossos olhares, a festa começa e dentro de nós começa também uma intensa e contagiante alegria.

A música esse retrato vivo da alma humana, se retrata solicitando a nossa ida a dança, de início alguns até se inibem, mas a cada tocata a canção fica mais convidativa e irresistível, como aquele suave perfume que a mulher nos faz sentir enaltecendo ainda mais a sua elegância. E então, casais voltam a fazer o que por certo há muito tempo que fizeram , dançam, não importa se estão no ritmo ou não, não importa, esse é um momento sagrado, eles estão abraçados, e quem sabe, poderá haver muito tempo que se abraçaram. Como isso nos gratifica, nos enche de alegria e emoção. Há recompensa maior!

Já vivi momentos muito importantes e em todos eles a música sempre se fez presente, não foi diferente na minha infância e na adolescência.

Sou um amante confesso dessa que para mim é a mais sublime das artes, sou boêmio convicto, não resisto as boas noitadas diante de uma convidativa pista de dança, a orquestra faz os primeiros acordes, e aquela parte do salão como se reservada só para nós, lá por inteiro nos incitando, ao meu lado uma deslumbrante mulher e nem precisamos falar, o seus olhos azuis, a singeleza do seu jeito, e ao dar-se o encontro dos nossos olhares o apelo instantaneamente se dá, a essa parte do salão nos conduzimos e assim damos início a um clímax que nos leva a levitação.

Ela é tão bela e dança tão perfeitamente que não são pouca as vezes que penso só haver nós dois e a música. Quanto a pista de dança, essa é todinha só nossa.

E todas as vezes que vivia essas emoções aflorava o desejo de que essas noitadas também se dessem aqui em Rio Real.

Este grupo de onze amigos se formou com o mesmo desejo, fazer acontecer apenas uma noite de sábado que fosse diferente, este grupo de onze amigos despendeu-se de qualquer interesse pessoal e se voltou a um querer, de vê se dá um desejo, uma vontade, o Baile, o primeiro Baile da Turma do Bolero. Aconteceu, e foi bom, foi muito bom, que bom.

Agora já vamos fazer o VII, a brincadeira virou coisa séria e nós da Turma do Bolero nos descobrimos como adolescentes diante da primeira ida ao Baile...

Assim como acontecia no tempo de Mariá.

Se este texto ficou bom agradeço ao carinho de cada membro da Turma do Bolero que faz cada Baile melhor.

Se há romantismo, sou sim um romântico apaixonado. Sou visto por um par de olhos azuis,tão belos quanto será o nosso Natal Azul.

Cordialmente,

HERMANO FILGUEIRAS